segunda-feira, agosto 28, 2006

O blog vai de férias

Como o título indica , o blog( ou melhor , o blogger) vai de férias.Com efeito imediato e até meados de Setembro , parto para uma renovação criativa (e para uns banhos de mar).
Até lá , entretenham-se com os textos já postados.


Até breve.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Unknown

Aqui , A vida parece perfeita .O vento acaricia-me o cabelo enquanto o som dos ramos e o verde interminável que se estende à minha frente induzem-me num estado de calma.
No céu , uma ave solitária plana silenciosamente.
Das casa , espaçadas entre si , não provém nenhum som.
Pode sentir-se as oliveiras a crescer , as libélulas a voar por cima de mim e o mundo girar.
É difícil de imaginar o “inferno” neste pedaço de “paraíso”.
Os ecos da televisão despertam-me do torpor feliz em que me encontrava:
Sons de desespero e miséria , de conflitos inúteis .Pessoas que não hesitam a mandar matar para salvaguardar os seus interesses.
Tristeza , desespero , angústia , dor , sofrimento! Silêncio.
Pessoas que não mereceram ser mortas por pessoas que não merecem poder matar .Ninguém merece poder matar. Pessoas a lutarem por causas questionáveis , enquanto quem as ordena se recosta confortavelmente na poltrona a observar enfastiada o desenrolar.
Neste pedaço de paraíso é difícil ( se não impossível) perceber porque há pessoas a sofrer.E porque há pessoas a fazer sofrer

segunda-feira, agosto 21, 2006

Felicidade

Desejada por muitos e desprezada por alguns , a felicidade foi desde sempre um tema recorrente e omnipresente no pensamento Humano.
Desde sempre as pessoas tentaram atingi-la , os Poetas exaltá-la , os Filósofos e cientistas estudá-la.
Mas o que é a Felicidade?
Um ideal , um sentimento , um estado de espírito ?
Algumas pessoas dizem ser impossível “atingi-la”. Outras dizem que só se “atinge” durante curtos períodos de tempo , “cobrindo” momentaneamente todos os sentimentos negativos.
Existem ainda outras ideias sobre como atingir a felicidade:
- Atingimo-la depois de mortos , e só se tivermos sido “boas” pessoas.
- Se vivermos uma vida de privação e sofrimento.
Também há quem diga que a felicidade pode ser um sentimento físico , em que todos os desejos estejam saciados e o corpo e a mente estejam numa missão confortável.
Claro que depois existem aqueles trapaceiros que convencem pessoas ingénuas que têm um método fácil e infalível que lhes proporciona a felicidade , deixando-as depois frustradas e zangadas quando percebem que foram enganados. Mas esta é a faceta maldosa da Humanidade que não podemos negar existir
No entanto será que a Felicidade existe mesmo? Virá em pedaços , ou num todo? Talvez quando pensamos naqueles momentos com amigos , a família ou sozinhos em que nos sentimos e contentes e confortáveis(felizes?) tendamos a dar razão à primeira hipótese. Mas será esta uma questão passível de ser respondida. E se sim , por quem? Será o conceito de felicidade individual , pessoal e subjectivo ou colectivo , delimitado e objectivo?
Eu inclinar-me-ia pela primeira hipótese , mas a verdade é que (ainda) não sabemos

sábado, agosto 19, 2006

Por favor

E escrevo por baixo do céu estrelado de ilusões.
A noite apodera-se de mim , fechando-se lenta e firmemente , como uma garra a quem o tempo fortalece. Começo a sentir o frio , uma sensação que vai aumentando gradualmente , como um manto que me cobre.
Ao longe , o coaxar dos sapos e grilos , que indiferentes a tudo , expandem as suas vozes e dão largas à satisfação.
O barulho interrompe a monotonia , surgindo como uma flor verde no meio do solo ressequido , criando esperança e alegrando a paisagem.
Não se ouve vivalma.
Se só olharmos em frente , podemos esquecer tudo e recriar um mundo perfeito , harmonioso e inconsequente.
Olho para o céu depois de escrever isto. Não me apetece continuar a pensar , quero somente sentir. O Homem pensa demais , calcula demais , ilude (-se) demais. Temos que começar a amar, sentir, viver, sonhar .Parar um pouco e ver. Ver só por ver. Amar só por amar. Sentir só por sentir. Viver só por viver. Sonhar só por sonhar.É o que vou fazer. Assim me despeço.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Obrigado

Se eu pudesse sair do meu corpo e passear a alma pelo Mundo, o que veria? Veria destruição, morte e dor. Veria sofrimento, pânico e terror. Veria injustiça, opressão e desigualdade. E só uma réstia de Liberdade. Porque é que criminosos continuam a viver impunes e venerados, enquanto pessoas inocentes morrem à mercê de balas e de maldade? Porque é que pessoas que se exprimem livremente continuam a ser mortas por isso? Porque é que pessoas que se limitam a viver são condenadas a morrer? Porque é que pessoas são condenadas à escravidão? Porque é que existem pessoas cegas pela ambição? Não admira que haja pessoas que ponham fim à sua vida, que prefiram o desconhecido ao dolorosamente real. Incorruptíveis que preferem a morte à maldição. Mas felizmente (porque nunca está tudo perdido) há pessoas que continuam a lutar. (Porque embora o mal seja inerente à Humanidade, tenho a esperança que o bem também seja.). A lutar por um mundo melhor. A lutar pela Liberdade. Não a luta no sentido físico do termo, porque isso seria impor uma vontade a outras o que automaticamente acabaria com a Liberdade! Mas uma luta válida, uma demanda pela cultura, abertura de mentes e liberdade de escolha. É bom saber que ainda há gente que se preocupa com os outros não só consigo própria. Para todas as pessoas que lutam por um Mundo melhor, o meu muito obrigado. E continuem a lutar. Porque eu vou ajudar

domingo, agosto 13, 2006

Amazónia

Amazónia. O “Inferno Verde” para alguns”. O “Paraíso Azul” para outros.Com 6 milhões de quilómetros quadrados de área espalhados por 8 países (mais de metade (3,6 milhões, no Brasil) e 17% da água doce do Mundo, não é difícil imaginá-la como “Paraíso Azul”, nome, a meu ver mais que correcto, visto abrigar milhões de animais e plantas ainda intocados pela Humanidade. No entanto, só quem lá vai é que percebe bem porque alguns lhe chamam o “Inferno Verde”. Devido ao elevado número de seres vivos, água e temperatura, a humidade da Floresta Tropical Amazónica chega a atingir os 100%. Nesses dias de grande humidade, alguém que esteja dez minutos a fazer um esforço, mesmo que mínimo, fica banhado em suor. Outro problema é a malária essa epidemia que afecta as regiões com águas mais básicas, onde os mosquitos que a transmitem proliferam alegremente.
Fora isso (e os animais agressivos), a Amazónia é um sítio belo, onde os seus habitantes (Índigenas e caboclos) mantiveram uma relação estreita com a Natureza, e aprenderam a aproveitá-la sem a estragar. Claro que os outros Homens tinham de acabar com isso, aprisionando-os e devastando, cega, desmedida e cruelmente, a Floresta por eles (e por muitos outros) adorada, e imprescindível no seu valor intrínseco.
Passo a narrar a minha experiência, quando tive o privilégio de visitar e explorar uma parte ínfima dessa Floresta maravilhosa:
Aterrei em Manaus, uma cidade no meio da selva, espantado pelo engenho do Homem ao construía-la.
Durante a minha segunda estada lá, tive a oportunidade para ver o produto acabado da mistura entre ambição, dinheiro e megalomania: O Teatro Amazonas, uma obra impressionante, ainda mais quando a sabemos feita na selva, com belas escadarias e colunas de mármores, chão em pau-rosa, lustre e tapeçarias valiosas e azulejos (portugueses) belíssimos. Fiquei a saber que este Teatro foi projectado pelo Gabinete de Engenharia de Lisboa e que todos os materiais tinham sido trabalhados na Europa.
Na Floresta propriamente dita os dias foram uma mistura de felicidade e desconforto. Desconforto provocado pelo “bafo” provocado pela humidade, e pela constante preocupação com a picada dos (poucos) mosquitos, picada essa que podia transmitir Malária. Em todo o caso, já nos tínhamos prevenido, fazendo a profilaxia requerida.
Fomos sempre acompanhados de um guia e as nossas actividades estavam sempre predefinidas. No primeiro dia, fomos ao Encontro do Rio Negro com o Solimões (alguns dizem que é aqui que começa o Rio Amazonas, mas outros dizem que o próprio Solimões é o Amazonas.) é um espectáculo curioso, visto que se vê perfeitamente o encontro das águas (visto que o Rio Negro tem uma coloração (adivinhem…) mais escura e o Solimões tem um castanho terroso). De seguida fomos a uma aldeia de pescadores onde provámos caldo de piranha, carne de Caimão e peixe-gato (deliciosos). De seguida fomos à pesca das piranhas. Aí pesquei um… mandim (nunca pesquei piranhas enquanto lá estive).
No dia seguinte, fizemos uma caminhada pela selva onde o nosso guia, um índio chamado Artémio que tinha ido para a “civilização” aos 7 anos, mas que mantinha um contacto estreito com a Floresta , nos ensinou as técnicas índigenas de caça , nos mostrou as maiores formigas da Amazónia , nos fez andar de cipó e nos ensinou imensas coisas acerca da Floresta que nós desconhecíamos.
Seguiu-se o melhor sítio em que estivemos , o sítio onde mais nos divertimos e que mais apreciámos.
A “Selva dos Macacos”!Passo a explicar: Esta “Selva” é um espaço mantido pela Fundação Floresta Viva em que tratam de macacos encontrados pelos Militares(responsáveis pelas estradas e todas as infra estruturas construídas na Selva propriamente dita).Esta Fundação trata-os, e depois de um período de quarentena, começa a libertá-los gradualmente. Visto que são tratados, alimentados e mimados, muitos deles tornam aquele sítio na sua residência permanente , enquanto outros vão lá de quando em vez.
Para aumentar as receitas, a Fundação passou a autorizar que grupos vindos do Eco Lodge em frente (o Eco Lodge em que ficámos e que eu vou falar) os visitassem. Esses grupos são sempre muito bem recebidos pela Xica , de longe a macaca mais sociável do grupo e pelo Baiano(que ganhou o nome por ser capoeirista , estar sempre a fazer acrobacias).Fomos lá duas vezes, e da segunda ficámos lá um tempo muito animado a brincar com eles , que nos subiam para cima e nos puxavam os cabelos.
Outro momento memorável foi quando fomos à focagem (nocturna) de caimões e o Artémio agarrou num , que foi passado de mão em mão e fotografado. Esse momento inspirou-me a escrever o texto intitulado “Uma vida de caimão”.
Houve ainda outro que me impressionou:
Foi quando visitámos a tribo Índigena Sateré. Aí , além de nos mostrar as casas deles , a sua bebida de mandioca e os seus fogões , Artémio revelou-nos uma tradição(que eu sabia existente mas vaga) que esta tribo tinha:os Ritos de iniciação.São diferentes para o homem e para a mulher.
O do homem visa prepará-lo para a dor que pode sentir aquando da picada de uma cobra ou um acidente de caça e ocorre desta maneira:
A festa dura 24 horas e só tomam parte os Homens da tribo. Nessa festa os homens dançam e bebem uma bebida de mandioca fermentada , assim como o iniciado .O iniciado mete uma luva com as maiores formigas da Amazónia presas pelo ferrão nela (mais ou menos 70 nas mais pequenas (onde se mete mais vezes a mão e 300 na maior qiue só se mete uma vez) Quando isto acontece , as formigas despertam do torpor em que estavam e picam –no.De seguida , se não desmaiar , passa a mão por fogos(suposto analgésico ( que bem precisa , visto que as dores duram 24 horas) e é consagrado homem pela tribo.
O da mulher visa prepará-la para as dores de parto:
Aquando da primeira menstruação , as mulheres mais velhas reúnem-se à volta da visada e rapam-lhe o cabelo com pedras!Nalgumas tribos , chegam a arrancar-lhe os cabelos aos puxões!
Fizemos também uma viagem de canoa por um pedaço de floresta alagada:“igapó” em que tivemos a oportunidade de ver vários tipos de árvores e borboletas impressionantes e coloridas e uma pesca às piranhas infrutífera. O resto do nosso tempo foi passado no Eco Lodge , em que nos divertimos a tomar banho no rio Negro e nas piscinas Naturais , (duas coisas que apreciei muito) , a falar com as araras e papagaios que nos vinham debicar os pratos , a dormitar nas redes e a tentar fotografar os grandes e bizarros lagartos que havia no Eco Lodge(assim como os belos e variados pássaros , muito esquivos por sinal). Os quartos eram bons para o local onde estávamos embora fossem pequenos e os chuveiros fossem frágeis).Feitas as contas foi uma estada maravilhosa , embora não tivesse igualado o Pantanal .
Uma última nota para o Tropical Hotel , que ficámos aquando da nossa estada em Manaus. Ainda era relativamente distante de Manaus , portanto funcionava com uma espécie de resort , com tudo o que precisávamos lá dentro:
Lojas, restaurantes, piscinas de ondas , mini bosque , e até mini zoo!(Onde estava o único jaguar que alguma vi , e que inspirou o texto com o mesmo nome).
Embora imponente , grande e com todas estas infra estruturas , o hotel estava um pouco desleixado .(Isto também pode ser explicado pelo facto de o mesmo pertencer ao Grupo Varig , que enfrenta agora a falência).As notas negativas vão para a agencia de viagens que nos levou a Manaus e ao aeroporto da cidade , que é demasiado pequeno e modesto para o tráfego que agora tem

sexta-feira, agosto 11, 2006

Uma vida de caimão

Nasci num ovo.A minha primeira recordação foi de pânico e esforço.A minha primeira visão , um pano esbranquiçado onde um líquido aquoso me cobria.Batalhei a minha passagem para além deles , e finalmente vi a minha mãe.
Era comprida , verde-acastanhada , com um focinho longo , pernas curtas e olhos penetrantes.
De seguida , vi meus irmãos.Seres assustados e confusos (tal como eu),pequenas miniaturas de minha mãe.
O nosso primeiro instinto foi corrermos para junto da nossa mãe.Pouco depois,partiu.Ficámos assustados e dessamparados.Mas minha mãe voltou rapidamente ,com um pouco de comida que rapinei e rapidamente comi, aliviado.
A minha mãe era boa caçadora , portanto aqueles eram tempos de fartura.Bons tempos .O suficiente para alimentar os cinco , que , lestos(quase todos), íamos aprendendo as técnicas de sobrevivência.
Passámos do "paraíso" para o "inferno".A nossa mãe largou-nos cedo no Mundo , e agora temos que nos governar como sabemos.Dos cinco , restam 2.
O meu irmão mais estúpido e mais fraco morreu logo nos tempos doirados em que dependiamos da mãe.Temeroso como era , logo no 7º dia de vida tentou seguir as pisadas de nossa mãe:
Certo dia , quando a mãe estava fora a caçar, ele resolveu tentar a sua sorte nessa mesma actividade. Não durou um minuto.Atirou-se á água, submergiu, e logo que o fez , viu-se uma perturbação na superfície por cima dele.Nunca mais o vimos , com certeza devorado pleas piranhas.
As outras duas mortes foram quando já estávamos entregues á nossa sorte.Uma delas foi em terra , outra no rio:
No segundo dia D.M.(depois da Mãe) , ainda estávamos muito dependentes uns dos outros.Por conseguinte , dormiamos chegados, quase juntos , também porque a zona explorada era curta e o desconhecido nos aterrorizava.Já noite alta , alguns de barrriga cheia e outros não , descansávamos em terra.Alguns estavam dormindo , outros dormitando.Estava eu num estado a descambar para a inconsciência , quando ouvi um restolhar.Subitamente , uma massa grande e escura da qual só se via o brilho dos olhos invadiu o nosso recanto. Tão rápido como entrou ,saiu ,levando um dos meus irmãos na boca.Ainda ouvi o som de um mastigar.Para azar do predador e da presa , esta tinha sido um dos que nada tinha comido , e que , para mitigar a fome , dormia.
A outra foi há pouco tempo:
Nesse tempo , já nos temíamos uns aos outros . O estômago estava a aumentar e as presas a escassear.Portanto quando um dos meus irmão se apareceu no meu local de caça , eu fiquei receoso.Ele podia tentar diminuir a concorrência.Mas dei-lhe um voto de confiança.Ficámos cada um em seu sítio.No entnto , passado um bocado , ele começou a aproximar-se , com um brilho agressivo nos olhos , momento em que me arrependi amargamente da minha decisão.Ora , no exacto segundo em que esta a pensar nisto , salta um outro caimão , maior que nós os dois , debaixo do meu irmão e engole-o de uma assentada.De seguida , afasta-se tranquilamente."Deve ter estado à espera deste deslize" , penso e continuo na minha faina como se nada tivesse acontecido.
Recentemente , pensei que me ia juntar ao rol dos meus irmão desaparecidos:
Estava eu muito calmamente a digerir o jantar , já a noite se tinha posto , e ouço um barulho de algo a impulsonar a superfície da água.Tento fugir , mas algo me cega completamente.
Sinto-me agarrado por mãos calejadas que me imobilizam firmemente , e ,num instante, recupero a visão e compreendo:Fui apanhado por humanos.
Agora , não vou dizer que isto não me assustou , mas já estava habituado à presença deles.É que à frente do ninho onde nasci , do outro lado do rio , existe um local com estranhas construções em madeira - acho que são os ninhos deles.Estavam sempre a chegar mais , alguns num animal gigante , e muito estranho , que fazia muito barulho , mas que consentia estar amarrado a um tronco ,sem comida , por imenso tempo. Outros , numa espécie de tronco escavado como os que me apanharam tinham , mas que também fazia muito barulho.
Bem , continuando....Depois do primeiro me agarrar e segurar , fui passando de mão em mão , virado , ofuscado por relâmpagos em miniatura e finalmente devolvido ao meu cantinho.
Depois disto e com o coração a bater descompassadamente , tentei adormecer.
Passado algum tempo , deixou de se ouvir barulho e de se ver luz.
E foi aí que ouvi um restolhar por cima de mim...
s

quarta-feira, agosto 09, 2006

Pantanal

Simpático , vivo , suave e sereno. São quatro dos adjectivos que melhor se aplicam ao Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Outrora um imenso mar , O Pantanal é neste momento uma planície alagada (Situação que se agrava na estação chuvosa , visto que está rodeado de altas montanhas que despejam a água das chuvas nele) que abrange uma vasta região que engloba o Paraguai ,a Bolívia e (maioritariamente) o Brasil(mais precisamente os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).
A água é presença constante no Pantanal , principal razão para a origem da imensa vida que lá pulula, dando ao Pantanal o título de região com maior biodiversidade das Américas. Por outro lado , o Pantanal é relativamente despovoado , sendo a população espalhada por fazendas e chácaras e as distâncias entre Aldeias e vilas enormes.
Não obstante estes contratempos , o Pantanal é cada vez mais visitado, facto facilmente compreendido quando se depara com a paisagem idílica e ambiente acolhedor que este nos oferece.
Quanto a mim , depois de uma noite em Campo Grande(a capital de Mato Grosso do Sul, com 700 mil pessoas) , viajei durante 4 horas até chegar à Fazenda/Pousada Baía Grande , uma fazenda com 1800 hectares em que a principal fonte de rendimento é o gado(com 25 milhões de cabeças , Mato Grosso do Sul é a capital brasileira da Vaca) .
Além disso , cultivam capim e criam cabras e cavalos(além de hospedarem e preparem actividades para os turistas).Foi lá que passei todo o tempo que estive no Pantanal.
Passo a narrar a minha estada:
Cheguei à pousada , com o meu irmão , avô e senhor(que se revelou um senhor muito simpático) que nos trouxe , por volta das 11h 30 .Fomos recebidos calorosamente pelo dono e funcionários da fazenda , que nos conduziram ao quarto e nos disseram tudo o que precisávamos de saber. O motorista quedou-se pela fazenda , que provavelmente tem um quarto próprio para acolher quem vai levar os hóspedes.
Almoçámos às 12h00 , altura em que conhecemos os outros hóspedes.
O primeiro passeio foi programado para as 15 h00 , o que me deu tempo para passear pelo terreno próximo da pousada.
Fiquei espantado maravilhado com o que vi:
Tucanos , Iremas (aves parecidas com as emas, mais pequenas) , e várias outras aves assim como uma manada de equídeos.
Foi a primeira , mas não última , agradável surpresa desta fenomenal estada. Porque as actividades programadas , se não superaram este primeiro momento , igualaram-no.
Observação de exóticas e bonitas aves e outros animais(Gaviões , Tuiuius(uma bela ave , a imagem de marca do Pantanal),colibris , papagaios , capivaras , caimões ,veados ,papa formigas e “lobinhos”.) Pesca de piranhas(em que eu pesquei, não uma piranha mas um lambari!) e consequente alimentação de caimões , focagem nocturna de jacarés(onde pegámos num deles), passeio a cavalo e finalmente uma caminhada de meia-hora(em que avistámos um macaco bugio).
Outra agradabilíssima surpresa foi o pessoal da fazenda (Alexandre , o dono da fazenda; Éder , o guia; Sr.João , o Pantanense ;Adriano , o apanhador de jacarés; Sr. Luis , o motorista; além dos hóspedes , uma estado-unidense e um israelita), que se revelou o mais simpático e sociável que encontrei no Brasil. Desde princípio que me dei bem com todos. Nos momentos “mortos” falei com todos , ouvi tocar violão e discutimos música e outros assuntos.
A todos eles , que tornaram a minha estada perfeita , um muito obrigado!

domingo, agosto 06, 2006

Aviso

Muito em breve,serão lançados alguns textos acerca de regiões brasileiras.

Estes textos são o resultado da minha afortunada visita às ditas regiões.

As regiões visadas serão as seguintes:A cidade de Salvador da Bahia;São Luis do Maranhão e os lençois Maranhenses;A Floresta Tropical Amazónica e Manaus;e o Pantanal de MatoGrosso do Sul.

Solidão

E agora..Um poema!

Solidão é Doença
Que faz sentir sua presença.
Lentamente, incansavelmente
Alastra Por Nós
Até ficarmos completamente sós.

O Mundo gira à nossa volta
Mas nós não damos conta.
Acabamos sozinhos, amargurados, destruídos
E pensamos nos tempos idos
Em que tudo era feliz.


Remoemos o Passado
E procuramos o Pecado
Que cometemos
Mesmo que nenhum havemos perpetrado
A Busca Mantemos
Porque não vem a Bonança.

Essa Bonança constituída por uma
Uma só!
Palavra nos oferecida
Ou Lida
Para nós
Que já não nos faça sentir sós

sexta-feira, agosto 04, 2006

Jaguar

Vejo que estás desesperado.Vagueias de um lado para o outro ,buscando a saída.Teu corpo está inquieto.Teus olhos , mortiços.Olhando atentamente , ainda se vê neles o olhar de caçador .
Um caçador feito presa.
Desde novo aprendeste a caçar.Essa foi a tua vida.Usar a manha e a força,actuar como espião e ladrão.Foi isso que te fez viver.
Provavelmente não imaginavas que isto fosse acontecer.
Provavelmente , nunca pensaste que enquanto caçavas para viver , caçavam para ver.
Que te caçariam para te ver.
Provavelmente , nunca pensaste que o Homem pudesse fazer uma coisa tão estranha , tão bizarra, e tão cruel.E tão necessária.
Porque os teus estão a morrer.E esta forma de matar é também uma forma de fazer viver.
A verdade é que foste apanhado.
Traído e ao mesmo tempo salvo pelo Homem, esquecido e ao mesmo tempo lembrado pela Selva,perdido pela liberdade mas ganho pela Vida.
Eu , tanto como tu, queria ver-te em liberdade. A caçar , a comer.Talvez a caçar-me e a comer-me.Mas gosto de te ver vivo , e penso que tu gostas de viver.
No entanto , prefiro ser livre a vivo, e tu estás vivo e não livre.
Será que , ao aprisionarem-te , salvaram-te o corpo e mataram-te a alma?Será que és como eu ou preferes viver preso que morrer livre?
Será que na solidão em que te enclausuraram , continuas a lutar?Ou será que desististe de lutar e conformaste-te com esta tão duvidosa "gaiola dourada"?
Perguntas que não serão respondidas.Respostas que eu não saberei , assim como não sei quem tu és.
Assim como tu não sabes quem sou.