sábado, novembro 04, 2006

Pensamentos

O vento leva a minha infância, tirando-me as memórias de um tempo em que era apenas um miúdo assustado no meio da multidão gigantesca ,que passava , indiferente, empurrando-me e espezinhando-me sem querer. Agora que sou maior, ando no meio dessa mesma multidão, como igual, passando indiferente e tentando não tropeçar num miúdo assustado , mas sim sorrir-lhe com simpatia. Porque aquele miúdo sou eu , tanto como é cada um que faz parte desta multidão apressada.


Mudança

Para ele o Mundo não cai. Ninguém morre, ninguém nasce.
Ninguém sofre em vão e mata desesperadamente e ninguém vive sem saber de onde veio e sem saber para onde vai, perdido num mar escuro e revolto! Mas também não existe alegria…
Porque para ele, o Mundo não gira.
Nem para nenhum de nós.
Estamos todos fechados na nossa concha, no nosso círculo restrito, recebendo as notícias com indiferença e relutância, ao mesmo tempo que rezamos para que nada mude, para não termos que mudar também nós.
Mas nós temos que mudar. Alguns têm de destruir e outros de criar, pois a Terra, bem ou mal, continua a girar.
Todos os dias, uma pessoa mata outra, trai outra, tortura outra, enquanto outra pessoa qualquer ama outra, acalma outra, faz rir outra. É assim o Mundo, uma amálgama de acções que evoluem constantemente, que vão sendo sucessiva e ininterruptamente substituídas. E nós temos que nos adaptar a essa sucessiva mudança, encará-la de frente e enfrentá-la, não nos podemos esconder na nossa concha e esperar que tudo volte a ser o que era dantes.
Porque não volta.
Porque quer uma pessoa goste quer não, o Mundo muda. Piora para uns e melhora para outros, estagna para alguns.
A única coisa que não nos podemos esquecer é que também somos agentes de mudança, que também podemos fazer acontecer:
As nossas acções também podem mudar o Mundo.
Um poder que devemos usar, mas com sabedoria.